Aconteceu agora em Buenos Aires. Eu e uma amiga estavamos em Buenos Aires no hotel e fomos esquecida pelo nosso grupo. Tinhamos jogo no clube em que estavamos disputando o campeonato de Polo Aquático em 20 minutos, e precisavamos chegar. Mas, tinhamos um problema pela frente, estavamos sempre acompanhadas do grupo na caminhada que era cerca de uns 20 minutos andando, e não sabiamos ao certo como chegava lá. Sabiamos que tinhamos que seguir na avenida principal e dobrar em uma rua. Mas, mesmo não sabendo estavamos quase certas que sabiamos o caminho quando saimos. Porém algo inusitado aconteceu, dobramos na esquina errada. Nos perdemos. E demoramos mais una 20 minutos para nos encontramos e pegarmos o caminho certo, além de brigarmos e colocado uma a culpa na outra por termos nos perdido. Tudo por causa de uma esquina dobrado errado.
Foram apenas 40 minutos inuteis e cansativos, mas 40 minutos não são nada na vida de ninguém. Mas quanta gente perde a vida que almejou por te virado numa esquina que não conduzia e lugar algum?
Alguns desacertos pelo caminho fazem a gente perder três anos da nossa juventude, fazem a gente perder uma oportunidade profissional, fazem a gente perder um amor, fazem a gente perder uma chance de evoluir. Por desorientação, vamos parar no lado oposto de onde nos aguardava uma área de conforto, onde encontrariamos pessoas afetivas e uma felicidade não de cinema, mas real.
Por sair em desatino sem a humildade de perdir informação a quem conhece bem o trajeto ou de consultar um mapa, gastamos sola de sapato à toa e um tempo que ninguém tem para esbanjar. Se a vida fosse férias em Buenos Aires, perder-se poderia resultar apenas numa aventura, mesmo com risco de peder um jogo de Polo Aquático. Mas a vida não é férias em Buenos Aires, e aí um dia a gente se olha no espelho e enxerga um rosto envelhecido e amargurado, um rosto de quem não realizou o que desejava, não alcançou suas metas, perdeu o rumo: não consegue voltar para o inicio, para os seus amores, para as suas verdades, para o que deixou para trás. Não existe GPS que assegure se estamos no caminho certo. Só nos resta prestar mais atenção.