quinta-feira, 30 de dezembro de 2010


Para sonhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre." (Carlos Drummond de Andrade)


Senguindo o pensamento de Drummond, gostaria de transcrever o que vou levar de 2010, e o que marcou de cada pessoa especial em mim. Guardarei primeiramente os almoços com a minha mãe, e a convivência de cada dia. Do sorriso do meu pai, das broncas da Nathalia, as loucuras da Carolinne. As saudades infinitas dos meus avós e da minha madrinha.
Guardo a galera do Botafogo, que chegou pra ficar. A paciência do Brasilia, o esforço da Luna, o jeito da Adara, a mandona da Talitha, a fofura da Mariana Santos, as risadas do João. Os churrasco do Tio Ique, e por todas as vezes que me vi como uma tricolor doente gritando "Vamos ganhar fogooooooooo". Levarei comigo o jeito maroto da Tatianna, a amizade e o carinho da Marcella Braga, as discussões com a Luiza, as saudades da Ayla e da Julia, a distância da Nathanne e do Dudu. As reivindicações do Che, as risadas com a Emilia, as piadas do Rick, os dias em João Pessoa com Tati, a teimosia e o carinho do Jailton. Não poderia esquecer das pessoas que entraram agora, mas que se fazem cada vez mais presentes: As frases do Diego, o jeito sereno da Mariana, as piadas do Elifas, a fofura da Thais, a amizade das minhas chefes, o sorriso do Bruno, o abraço do Pedro a voz do Tele (rsrs), os flyers do Felipe. E por fim mas não menos importante, a ausência do Julio, o cuidado do Flavio, e o ano de vestibular do Bernardo. Além saudade das nights com a Yasmin e Mariana Paes;

Para o Ano que vem? Desejo tudo isso aí de novo! Desejo que essas pessoas estejam cada vez mais presentes, e que a cada dia eu possa dividir uma alegria ou uma tristeza com elas. Em especial à mim, desejo sucesso na faculdade e no estágio, e muito polo aquático pra jogar ainda. Desejo um ano memoravél à todos!

Adeus 2010! Que venha 2011!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um anjo em nossas vidas

Ainda não vi o filme Preciosa, que concorreu ao Oscar este ano, mas li o livro e terminei ontem e só não o hiperfestejo porque implico um pouco com textos escritos propositadamente errados – narrado na primeira pessoa, a personagem é analfabeta e é “nóis fumo” e “lavei os prato” da primeira a última página, mas entendo que sem esse naturalismo o relato soaria inverossímel e a reação à leitura não teria o mesmo impacto. Preciosa dói. E quando o livro acaba, a gente mais uma vez se conscientiza de que não precisaria doer.

Educação segue sendo a melhor terapia para a saúde mental de uma pessoa. A personagem do livro engravidou do próprio pai aos 12 anos, é abusada também pela mãe, e aos 16 está grávida de novo, do pai de novo. Só o que conhece da vida é isso: abuso e violência. Nunca ouviu uma única palavra doce em sua brutal adolescência. É feia, gorda, pobre, negra e sem estudo. Um personagem como os que existem às pencas no Brasil, ainda que Clareece Precious Jones, a Preciosa, seja americana – o que não torna sua desgraça menor.

Pra cada um de nós foi designado um anjo. Cabe a nós reconhecê-lo e permitir que ele nos ajude. O anjo de muitos brasileiros foi José Mindlin, nosso mais conhecido bibliófilo e incentivador da cultura, que faleceu este ano, aos 95 anos. Acho que como todo final de ano, paramos e olhamos para trás para perceber o que aconteceu de bom e de ruim no ano. E considero esta uma das maiores perdas para nós brasileiros. Voltando ao livre, o anjo de Precious foi uma professora sem medo de desafios. A história não acaba com Precious ganhando o prêmio Nobel de Literatura, mas mostra a porta, a única porta, pela qual todos devem passar caso queiram ser alguém.

O tocante da narrativa é ver uma menina começar a ter acesso a algo absolutamente mágico: a união de duas letras, três letras, quatro letras, e isso se transformar numa palavra, e essa palavra dar sentido ao que ela não sabia até então como identificar. E então perceber os direitos que lhe roubaram na infância e desejar voltar no tempo pra experimentar a vida como ela deveria ter sido. Só que ninguém pode voltar para onde nunca esteve. Ela terá que carregar para sempre o massacre que sofreu por ter dois brutamontes ignorantes como pais e tentar transformar essa chance de crescer, que está recebendo, em um futuro minimamente decente. É possível?

Se através da autovalorização não for possível, então de nenhum outro jeito será.

Imagino o desespero de alguém que deseja retornar ao ponto de partida, recriar suas experiências, vivenciar o que lhe foi sonegado, mas que não pode. Porém, um dia a gente acorda, os livros nos acordam, um anjo nos acorda, e somos avisados: não adianta mais olhar para trás. É ir em frente ou nada.

Tem um monte de gente preciosa por aí que a gente não enxerga, que não recebe de nós um incentivo. O prólogo do livro traz uma frase que diz: Toda folha de grama tem seu anjo que se curva sobre ela e sussurra: “Cresce, cresce”. Tivemos a sorte de nascer em famílias que nos ofereceram uma certa estrutura, que nos possibilitaram estudar e crescer – já nascemos arbustos. Poderíamos retribuir sendo, para as folhas de grama, o anjo que sussurra.

Acho que encontrei uma maneira digna de homomenagiar Jose Mindlin, por ele ter sido o anjo de muitos brasileiros, e recomendo o livro Preciosa à todos que acham que as vezes passamos por problemas que não vamos superar, a vida nos prega muitas suspresas sem dúvidas, mas o nosso papel é passar pelos obstáculos mesmo que eles tentem ser maiores que nós.

Adeus José Mindlin, que venha 2011 então.




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domingo, 21 de novembro de 2010

????

Estamos cá nós. É, esperando uma brecha do tempo, e da distância. Negando os princípios escuros, dos lampejos e ruídos! A saudade agora se faz princípio. Mesmo buscando te conhecer, ou não, os segredos completos jamais se revelarão, ao todo e tudo... esse é o segredo do seu ser.. assim tão bom!

Te guardo além da lembrança... Admitindo que nós somos quem nos torna tudo que somos, enfim. Não aguardo sua calmaria... mas a sua tempestade íntima pra mim.

O que quero dizer, por vezes já disse naquele carinho-afago dificil de não te fazer !

#O que fazer nesses tempos de tédio e inquietude?

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Em que esquina dobrei errado?

Aconteceu agora em Buenos Aires. Eu e uma amiga estavamos em Buenos Aires no hotel e fomos esquecida pelo nosso grupo. Tinhamos jogo no clube em que estavamos disputando o campeonato de Polo Aquático em 20 minutos, e precisavamos chegar. Mas, tinhamos um problema pela frente, estavamos sempre acompanhadas do grupo na caminhada que era cerca de uns 20 minutos andando, e não sabiamos ao certo como chegava lá. Sabiamos que tinhamos que seguir na avenida principal e dobrar em uma rua. Mas, mesmo não sabendo estavamos quase certas que sabiamos o caminho quando saimos. Porém algo inusitado aconteceu, dobramos na esquina errada. Nos perdemos. E demoramos mais una 20 minutos para nos encontramos e pegarmos o caminho certo, além de brigarmos e colocado uma a culpa na outra por termos nos perdido. Tudo por causa de uma esquina dobrado errado.
Foram apenas 40 minutos inuteis e cansativos, mas 40 minutos não são nada na vida de ninguém. Mas quanta gente perde a vida que almejou por te virado numa esquina que não conduzia e lugar algum?
Alguns desacertos pelo caminho fazem a gente perder três anos da nossa juventude, fazem a gente perder uma oportunidade profissional, fazem a gente perder um amor, fazem a gente perder uma chance de evoluir. Por desorientação, vamos parar no lado oposto de onde nos aguardava uma área de conforto, onde encontrariamos pessoas afetivas e uma felicidade não de cinema, mas real.
Por sair em desatino sem a humildade de perdir informação a quem conhece bem o trajeto ou de consultar um mapa, gastamos sola de sapato à toa e um tempo que ninguém tem para esbanjar. Se a vida fosse férias em Buenos Aires, perder-se poderia resultar apenas numa aventura, mesmo com risco de peder um jogo de Polo Aquático. Mas a vida não é férias em Buenos Aires, e aí um dia a gente se olha no espelho e enxerga um rosto envelhecido e amargurado, um rosto de quem não realizou o que desejava, não alcançou suas metas, perdeu o rumo: não consegue voltar para o inicio, para os seus amores, para as suas verdades, para o que deixou para trás. Não existe GPS que assegure se estamos no caminho certo. Só nos resta prestar mais atenção.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ai de nós, quem mandou?

Mulheres ganham salários menores do que os dos homens, e líderes feministas seguem lutando para reverter essa injustiça. Mas já não sei se é boa ideia continuar batalhando por igualdade. Depois de ler o resultado de uma recente pesquisa feita pela Universidade de Harvard, fiquei inclinada a pensar que talvez seja melhor manter as coisas como estão. A pesquisa de chama "Schooling can't buy me love" (Escolaridade não pode comprar amor) e confirma que mulheres que estudam mais progridem. Porém, quanto mais bem-sucedidas, menores as chances de casar. Os homens ainda não estão preparados para abrir mão da superioridade que o papel provedor lhes confere. E mesmo os mais antenados, que apoiam que suas mulheres sejam independentes, ficam inseguros se elas tiverem cargos de chefia e muita visibilidade. Ganhar dinheiro, tudo bem, mas aparecer mais do que eles já é desaforo.
Beleza. O que vamos dizer para as nossas filhas? Estudem, mas fazer doutorado e mestrado é exagero, antes um bom curso de culinária. Tenham opiniões próprias quando conversarem com suas amigas, mas em casa digam só 'ahã' para não se incomodar. Usem seu dinheiro para comprar roupas, pulseiras e esmaltes, esqueçam o investimento em viagens, teatro e livros. E na hora de se declararem, troquem o "eu te amo" por "eu preciso de você", "eu não sou ninguém sem você", "eu não valho meio quilo de alcatra sem você". Homens querem se sentir necessários. Amados, só, não serve.
Que encrenca que as feministas nos arranjam. Estimularam o pensamento livre, a autoestima, a produtividade e a alegria de trilhar um caminha condizente com o nosso pontencial. De apêndices dos nossos pais e maridos, passamos a ter um nome próprio e uma vida própria, e acreditamos que isso seria excelente para todos os envolvidos, afional, os sentimentos ficam mais honestos, e com eles os relacionamentos. O amor deixou de ser o álibi para um lucrativo arranjo social. Passou a ser mais espontãneo, e as carências de homens e mulheres foram unificadas, já que todos precisam uns dos outros para dividir angústias, trocar carinho, pedir apoio, confessar fraquezas, unir forças no momento de dificuldades. Todos se precisam da mesma forma, não de formar distintas. Mas há quem defenda que homem só precisa de paparico, e mulher, de quem tome conta dela, punto e basta.
Nunca imaginei que em 2010 estaria escrevendo sobre isso. Achei que homens já tivessem percebido o quando ganham em ter uma mulher inteira ao seu lado, e não um bibêlo. Acreditei que a competitividade tivesse dado lugar a um companheirismo mais saudavél e excitante, em que todos pudessem se orgulhar dos seus avanços e se apoiar nas quedas, mas que iludida: isso não existe, filha. Essas mulheres aí que não cozinham, não passam, não lavam, só evoluem, essas não são exemplo para ninguém, são umas coitadas de umas infelizes que pagam as contas e ainda se acham divertidas, se fazem de inteligentes, querem bater perna em Nova York, pois vão arder no fogo do inferno, vão amagar na solidão, vão morrer abraçadas nos seus laptops, aqui se faz, aqui se paga, pode escrever.
Estamos ferradas.

domingo, 29 de agosto de 2010

Amar não é sofrer

A frase que dá título a esse texto é óbvia, mas milhares de pessoas não a levam a sério e vivem relações absolutamente torturantes sem conseguir rompê-las. Nós humanos em geral, preferimos abrir mão da própria liberdade para sermos amados: deixam de ser quem são, deixam de externar suas opiniões, deixam de agir como sua natureza manda, deixam de ser elas mesmas para não perderem seu amor, perpetuando assim uma relação esgotante e dolorosa. Acreditam que amar é ser vítima, que o flagelo emocional faz parte do romance.

O amor caótico inspira livros, filmes, letras de música e quase sempre possui alta carga de erotismo, o que provoca a fantasia de milhares de casais que se arrastam em seu feijão com arroz conjugal. A princípio, viver um amor explosivo parece uma sorte, e não um castigo, só que depois do princípio vem o durante, e esse durante é que enlaça, prende e machuca. Encerrada a euforia inicial, instala-se a rotina exasperante de uma relação doentia, que passa longe da satisfação. Claro que é preciso o esforço de ambos em busca de um ajuste, mas se depois de todas as tentativas ficar claro que a única forma de continuarem juntos é um dos dois se anular e deixar-se consumir, aí é hora de saltar desse trem em movimento. Não é fácil. Aliás, não é nem difícil, é aterrorizante, pois, não esqueçamos, está-se falando de relações onde ainda existe amor.

Nada disso é poético, apenas realista. Amor e dor rimam em samba-canção, mas aqui fora, na vida que se vive, não precisa ser assim. Amar tem que ser uma prática alegre, construtiva, produtiva. Sem neuras, sem engessamento. Concessões fazem parte dos relacionamentos, mas sacrifícios, quem disse? Há quem tenha sua energia vital sugada por um vampiro que se delicia com a resignação da sua presa. Não é justo. Melhor deixar as ilusões de lado e seguir caminhando. Outro amor pode estar mais adiante, na próxima porta.

"Há quem não veja a onda onde ela está e nada contra o rio, todas as formas de se controlar alguém só trazem um amor vazio, saber amar, é saber deixar alguém te amar"

Será que eu dia eu aprendo?

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Melhor do que..

Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...

Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.

Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.

Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me
embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir
desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Amor é melhor que odio.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!
Futuro é melhor que passado!

"Eu experimento o futuro e você só lamenta não ser o que era, (...) Então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada"
Paulinho Moska

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Por que você ama quem você ama?

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não tem a maior vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte para mim.

Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar (ou quase). Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém. Com um currículo desse, criatura, por que diabo está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito do amor da sua vida!

Eu amo você, e descobri isso, e sabe o melhor disso tudo?
To adorando essa sensação.

"When me look in the eyes, tell me that you love me, everything allright"

domingo, 4 de julho de 2010

Onde fica o Gol?

Devido a todo mundo estar falando sobre Copa do Mundo, me recordo de um diálogo que tive com um amigo, a um ano atrás. Ele liderava uma equipe e trabalhava em ritmo alucinado. No decorrer do papo, ele desabafou dizendo que era dificil conviver com colegas que não sabiam para que lado ir, o que fazer, como agir, e que, por causada dessas incertezas, perdiam tempo e faziam os outros perderem também. E exemplificou:
-Sabe porque eu sempre gostei do Pelé? Porque o Péle pegava a bola em qualquer lugar do gramado e ia com ela reto para o gol. Ele sabia exatamente para onde tinha que chutar.
-Isso que voc~e nem é muito fã do esporte. Comentei.
-Pois é, não jogo futebol, mas tenho alma de artiheiro: entro em campo e já saio perguntando aonde que é o gol. É pra lá? Então é pra lá que eu vou, sem desperdiçar meu tempo, sem ficar enfeitando.
Taí o que a gente precisa se perguntar todo dia quando acorda? onde é que é o gol?
Muitas pessoas vivem suas vidas como dopadas, chutando para todos os lados, sem nenhuma estratégia, contando apenas com a sorte. Elas acreditam que, uma hora dessas, de repente, quem sabe, a bola entrará. E até que isso aconteça, esbanjam energia à toa.
Goal, em inglês significa objetivo. Cada um de nós devemos ter um. Seja conquistar alguém, ser o padeiro mais conceituado do bairro, melhorar a aparência, sair de uma depressão, ganhar mais dinheiro, ter compromisso com a sociedade, se aproximar dos seus pais.
Pode até ser algo mais simples: comprar as entradas de um show, visitar um amigo doente, trocar o óleo do carro. Ou você faz asua parte para colocar a bola pra dentro da rede ou seguirá chutando para as laterais, catimbando, sem atingir nenhum resultado.
Quase invejo quem tem tempo a perder: sinal de que é alguém irritantemente jovem, que ainda não se deu conta da ligeireza da vida. Já os veteranos não podem se dar ao luxo de acordar tarde, e, no caso "acordar tarde" não significa dormir até meio dia: significa dormir no ponto, comer mosca. Não dá. Depois de uma certa idade, é preciso ser mais atento e proativo.
Parece um jogo estafante, nervoso, mas precisa ser. O gol que você quer marcar talvez seja justamente aprender a ter um dia mais calmo, mais focado em seus reais prazeres e afetos, sem estresse. É uma meta tão valiosa quanto qualquer outra. Só que não pode ser um "quem sabe", tem que ser um gol feito.
Esta é diferença entre aqueles que realizam as coisas e os que ficam só empatando.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dor de verdade

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

"Saudade hoje eu posso dizer o que dor de verdade" Zeca Pagodinho

domingo, 23 de maio de 2010

O que você está pensando?

Muitas vezes compartilhamos o silêncio com alguém que amamos muito, mas o amor nem sempe é blindagem suficiente contra insegurança, e aí aquele silêncio vai se tornando incômodo, aflitivo, até que, para não deixar o silêncio imperar, suge a invasiva pergunta:
-No que você está pensando?
Pode acontecer durante uma viagem de carro, durante uma caminhada, até mesmo em frente à Tevê:
-No que você está pensando?
Estava pensando se o bolo desandou por eu ter colocado farinha de rosca em vez de farinha de trigo. Estava tentando lembrar se foi o Robert Downey Jr. que fez o papel de Gandhi no cinema. Estava procurando entender como o elefante, sendo herbivoro, consegue ser tão gordo.
Como diria Olavo Bilac, certo perdeste o senso.
O pensamento é sagrado , o único território livre de patrulha, livre de julgamentos, livre de investigações, livre, livre, livre.
Área de recreação da loucura. Espaço aberto para a imaginação. Paraíso inviolável. Se estivermos estranhamente quietos num momento em que o natural seria estarmos desabafando, ok é bacana que quem esteja ao nosso lado demonstre atenção. Você stá aborrecido comigo? Está preocupado? Quer conversar? Está precisando de alguma coisa? Quem gosta de nós percebe quando nosso silêncio é uma manifestação de sofrimento ou desagrado, e nos convocar para um diálogo é uma tentativa de ajudar.
Porém o silêncio da paz, do sossego não merece ser interrompido por suspeitas. Sim, até pode ser que isso te faça mal, mas esse é um mal necessário.

"Porque metade de mim é o que eu grito, e a outra metade é silêncio"
Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Aceitar a morte

"Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte."
Sigmund Freud

Aceitar a morte? Que todo mundo que aceita me desculpe, mas nem Freud consegue explicar.
Como é possivél alguém aceitar perder alguém? Porque isso tem que ser assim? São muitos questionamentos. Talvez um dia eu consiga entender qual o objetivo e a relevância da morte.
Morte significa fim. Significa término de vida. Em primeiro lugar morrer se torna tão dificil pelo seu antônimo: viver. Pois essa é a melhor arte, melhor diversão e o melhor presente do mundo.
Viver mesmo que não tão intensamente, mesmo quando tudo dá errado, mesmo com todas as dificuldades do nosso dia-dia continua sendo o mais maravilhoso mistério da humanidade.
A morte ainda me assusta, sempre me surpreende, sempre me abala. Fico em mil pedaços só de imaginar que alguém que ontem esteve comigo, hoje pode não estar mais. Que ontem nos riamos juntos, hoje a morte pode nos separar. Ontem eramos amigos, hoje o destino decidiu que não somos nada.
Fico me perguntando se é justo ou injusto, se é digno ou indigno. E não acho respostas em meio há tantos questionamentos.
A própria vida nos ensina que a morte é a nossa única certeza, sendo assim prefiro acreditar que as pessoas que eu amo de verdade jamais morreram para mim. Porque guardo dentro de mim todas as lembranças e todos os momentos (sendo eles bons ou ruins) que aquela pessoa me proporcionou e dividiu comigo. E isso a morte não pode apagar. Isso é mais forte do que qualquer perda, isso é amor. Isso é saudade infinita. E apesar disso ser triste, é a mais pura verdade.
Enquanto eu fico tentando responder aos meus questionamentos, eu vou aproveitando a oportunidade de ainda estar viva e aprendendo cada vez mais a dar valor a isso.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Feliz por nada

Geralmente quando uma pessoa exclama "Estou tão feliz", é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque ainda é abril e temos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas em pagas. Feliz porque se achou bonita. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco séra a hora de dormir e não há melhor lugar no mundo do que a sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal felicidade inferniza. "Faça isso, faça aquilo". A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado", também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. Felicidade é ter talento para aturar, é divertir-se com o imprevisto, transformar as zebras em piadas, assombrar-se positivamente consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer isso comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por não terem sido perfeitos. Apesar fazem o melhor que podem.
Se quiser ser mestre em alguma coisa, tente ser mestre em esquecer de você mesmo. Liberte-se de tanto pensamento, de tanta procura por adequação e livre-se simultaneamente! É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
E tempo esgotado para o questionário de Proust, essa mania de ter que responder quais são seus defeitos, suas qualidades, sua cor preferida. Chega de se autoconhecer! Nós estamos aqui, temos nossos jeitos, já carimbamos nosso estilo e assumimos que somos imperfeitos bem intencionados.
Feliz por nada talvez seja isso.

domingo, 18 de abril de 2010

A solução é continuar

"Seus conselhos. Mas existe um grande, o maior obstáculo para eu ir adiante: eu mesma. Tenho sido a maior dificuldade no meu caminho. É com enorme esforço que consigo me sobrepor a mim mesmo. [...] Sou um monte intransponível no meu próprio caminho. Mas às vezes por uma palavra tua ou por uma palavra lida, de repente tudo se esclarece"
Clarice Lispector

Viver é mesmo uma incógnita. Começo assim porque essa é a frase que mais tenho pensado e talvez a frase que mais me console nos últimos tempos. Vivo sensações diferentes todos os dias, e quanto mais penso em respostas mais dúvidas vão nascendo.

Acho que a gente realmente espera muita coisa da vida, e que ela (mesmo sem querer) realmente nos decepciona. A cada dia mais vivemos dialetos e temos sempre o embate de nos decidirmos entre o que é fácil e o que é certo. E que no meio das escolhas que fazemos, talvez o nosso maior obstáculo seja nos mesmos. Eu sou meu maior obstáculo. Eu faço com que tudo seja mais complicado, e confesso isso.

O que está por trás de nossas escolhas?

O que está por nós de nossas escolhas somos nós mesmos. São nossos pensamentos, nossos atos, nossa essência. Por trás de cada decisão, há um pensamento, uma preferência, um fato.

E decepção?

Tenho tido pensamentos inconstantes sobre essa palavra. Acho que nos decepcionamos porque criamos expectativas, e esperamos demais de quem não devemos. E é por isso que viver se torna tão complicado. Como administrar doses de sentimentos? De confiança? De consideração? As coisas vão acontecendo, e tem como negar isso?

A resposta é não. Idealizamos o fato de que conhecemos as pessoas, que sabemos o que esperar delas. Ou pior que isso, pensamos as vezes que conseguimos não esperar nada das pessoas, e mentimos para nós mesmos, mesmo sabendo que essa é a pior mentira.

Se há como evitar, eu ainda não sei. Acho que começar a equilibrar fatos é um bom começo, afinal nós somos nossas próprias dificuldades. É difícil se sobrepor, se controlar, controlar o incontrolável. Sentir é indigno em algumas situações. E indigno é pensar pessimistamente. E ser pessimista está muito longe de ser feliz.

Esclarecer?

Acho que isso ainda ta longe, não consigo dominar os porque’s da minha cabeça, e muito menos administra-los ainda. É preciso pensar no futuro, as respostas tem que chegar, e eu mesmo sei que só chegam quando for a hora certa. O maior problema é controlar minha angustia enquanto isso.

E enquanto isso?

Vou escutar e vou sentir. Acho que é isso..

Vou escutar Los Hermanos: “Não te dizer o que eu penso, já é pensar em dizer”
Vou escutar dos meus amigos: “Eu te amo”
Vou escutar da minha mãe: “É muito bom ver você crescer”
Vou escutar das minhas irmãs: “Você faz Biblioteconomia”
Vou escutar do Flavio depois de um belo abraço: “Com você me sinto melhor”
Vou me sentir aliviada jogando Polo Aquático.
Vou escutar do Jailton: “Equilíbrio Libriana”
Vou sentir a presença magnífica da Marcella, e o quanto ela me deixa mais leve com uma só frase: “Você é a melhor amiga do mundo”
Vou rir com a Yasmin sobre as tendências da moda.
Vou sentir saudade infinita do Bernardo. Vou chegar em casa e ver a Kekeka pular em cima de mim como se eu fosse a pessoa mais especial do mundo.
Vou fazer meu spinning de manhã, e depois correr pro banho pra não perder a hora da faculdade.
Vou ler a biografia da Clarice Lispector que ainda não tive tempo de terminar.
Vou curtir as matérias novas na faculdade, viajar pra conhecer pessoas novas.
Vou ir até a cozinha e passar pela sala e escutar do meu pai: “Filha, deita aqui comigo pra ver um filme” e depois ficar muito feliz de tê-lo por perto. Antes de dormir eu vou ouvir minhas playlists do meu Ipod. Vou rever alguns amigos que não vejo a muito tempo: Renata, Daphnne. Vou assistir aula, vou para o estágio, vou rir com o pessoal da minha turma. Vou a boas festas e a ótimos shows.
Vou torcer pelo Fluminense, meu time do coração. Vou viver, pois a melhor solução é sempre continuar.

domingo, 11 de abril de 2010

Estática mudança

A palavra certa para definir meus pensamentos e meus sentimentos ultimamente é essa, mudança. É como você levantar segunda-feira e saber que tem o mundo te esperando lá fora e continuar deitado.
É necessário mudança de vez em quando, de renovação..
É de extrema importancia às vezes acordarmos e nos perguntarmos quem somos, ou se estamos tomando decisões certas, é assim que se erra e que se aprende com os erros..
As poucos estou descobrindo que viver é isso! Tentar, errar e acertar, mas nunca desistir de tentar.
Acredito que eu estou curtindo muito essa momento de estáticas e notáveis mudanças, que encarar o novo é ousado, mas ao mesmo tempo muito bom.
Deixo ao destino e ao acaso minhas novas decisões, o tempo vai me provar se estou errada ou não.
Quanto a mim? Nunca me considerei completa, mas a sensação de vazio tá cada vez mais forte.

"É o tempo da travessia ...
E se não ousarmos fazê-la ...
Teremos ficado ... para sempre ...
À margem de nós mesmos..."

Fernando Pessoa

terça-feira, 6 de abril de 2010

Até quando?

Gostaria muito de não ficar revoltada com as coisas que acontecem, queria eu conseguir ver o que está acontecendo, e ficar calada. Mas não faz parte da minha personalidade. Queria dividir minha raiva, e colocar aqui (que é sempre minha válvula de escape) a minha revolta pelas pessoas que estão na rua, sem casas, com risco de vida..
E ainda assim ter que escutar do Sergio Cabral: "As pessoas estão sem abrigo e morrendo, porque constroem casas aonde não deveriam, em áreas de risco". Queria saber qual a solução então que ele dá pra essas pessoas que não tem aonde morar. Queria que alguém falasse pra ele (eu falaria sem problemas, mas infelizmente não tem como) que elas não optam em morar em lugares perigosos, mas não tem outra opção. Queria saber se ele passou a noite (como muitos de nós) tentando chegar em casa, e assistindo o desespero das pessoas na rua, abandonando seus carros, descendo dos ônibus, e esperando amanhecer (na chuva) para ver qual era a possibilidade delas chegarem em casa. Queria que ele desse só uma entrevista sincera, dizendo que o problema é a falta de estrutura do Rio de Janeiro, porque essa é a verdade. Que ele ao menos pedisse perdão para as pessoas que perderam seus familiares, que ele tentasse tranqüilizar as pessoas que estão em condições precárias, e que ficarão por um bom tempo nessas condições, afinal sabemos que nada se resolve da noite pro dia. Tudo é um processo, mas vamos combinar que nós brasileiros estamos de saco cheio de tudo ser um "processo", até QUANDO????
Fico me perguntando, até quando isso vai continuar assim, até quando pessoas com menos estrutura vão morrer, e vão virar estatísticas? Até quando vamos escutar o o Governador falando que a culpa é nossa, e vamos ficar quietos? Fico me perguntando se NINGUÉM mais se revolta com isso. Passei a noite na rua, esperando o tempo passar, e vi as pessoas desesperadas, os carros largados, as ruas cheias..Isso é culpa nossa também? As ruas ficarem alagadas em plena Zona Norte?
Estou farta de assistir pela televisão tanta desgraça e escutar que: “Não tem jeito”. Afinal quanto a nossa vida ta valendo? Cadê a humanidade das pessoas? O respeito pelo outro? Estamos caminhando mesmo cada vez mais para o final dos tempos, e não falo de abalos sísmicos (como por exemplo mostrado no filme 2012), mas sim dos atos e erros diários que cometemos. Como já dizia Renato Russo numa frase que pra muitos pode parece clichê, mas tem tudo de verdadeira: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há” E não há mesmo!
Quem vai cuidar e prezar por nós, senão nós mesmos? Humanos tem que cuidar de humanos, pois se não for desta forma estamos caminhando para trás. Quanto tempo mais vai demorar para perceber que estamos nos destruindo?
To cansada de assistir tanto egoísmo, tanta falsidade. Acho que a palavra mais exata para definição é angustia, fiquei angustiada o dia todo. As noticias me despedaçam, fico cada vez descrente da humanidade e com uma vontade incansável de gritar para o mundo que somos uma vergonha. Que me envergonho da humanidade, que cada vez mais acho que não temos salvação. Sei que diferentemente do que foi para mim, um dia recheado de tragédias, de noticias trágicas, de desigualdade estampada, de crueldade.. para muitos hoje foi feriado. E que feriado bom em plena terça-feira. Dias como o de hoje, tinham que servir para pessoas refletirem, e aprenderem com a dor do outro. É fácil para muitos de nós, chegarmos em casa tendo água, casa, conforto, cobertor, comida. Só estamos esquecendo que HÁ tanta vida lá fora. Que tem gente que perdeu tudo, que ta sofrendo as conseqüências e que precisam de ajuda.
Gostaria imensamente de dizer ao Sr. Governador que ao invés de por a culpa nas pessoas, que por favor as respeitem e que peça desculpas a essas pessoas por não oferecer a elas o mínimo que um ser humano digno tem direito.
Queria dividir minha tristeza, meus pensamentos, minha revolta, minha angustia, nem que seja com minhas próprias palavras.
Afinal, hoje é um parente de alguém, a casa de alguém, a família de alguém, mas amanhã sei que pode ser a minha.
Precisamos nos ajudar! Isso tem que fazer parte da nossa essência por sermos humanos e termos a capacidade de amar.
Sei que para continuar vivendo eu preciso acreditar na mudança, na idéia de que se cada um fizer um pouquinho aos poucos o mundo caminha para a melhora. Que começando por mim já está bom, mesmo sempre tendo a sensação de querer mais e mais..
Hoje eu to fraca, mas amanha sempre nasce um outro dia, e tomara que ele seja melhor...

“A gente tá vendo tudo, tá vendo a gente
Tá vendo no nosso espelho, na nossa frente
Tá vendo na nossa frente a aberração
Tá vendo, tá sendo visto, querendo ou não
Tá vendo no fim no túnel escuridão
Tá vendo a nossa morte anunciada
Ta vendo a nossa vida valendo nada
(...)
Sou um grão de areia no olho do furacão
Em meio a milhões de grãos cada um na sua busca
Cada bússola num coração
Cada um lê de uma forma o mesmo ponto de interrogação
Nem sempre se pode ter fé
Quando o chão desaparece em baixo do seu pé
Acreditando na chance de ser feliz
Na eterna cicatriz
Eterno aprendiz das escolhas que fiz
Pois sem amor eu nada seria”

Trecho: Palavras repetidas – Gabriel o pensador

sábado, 3 de abril de 2010

À Você..

E no meio de tudo você..
Que vive falando ao telefone
Que vive todo aterafado
Que enfrenta vários problemas diários
Você que anda por aí falando sobre mim, sem ao menos perceber
Que me faz elogios, e me deixa sem graça
Você que é sereno
Você que é brutal
Você que é o incoerente com mais coerência possivél
Você que não deixa nunca a porta se fechar
Que vive traçando planos e metas..
Que se preocupa só em não se machucar
Que pode ser presente, passado ou futuro, e não importa.
Que se decepciona, que decepciona alguém..
Que planta, que colhe
Que ri e que chora
Que não olha somente, e sim vê
Que não lê, interpreta
Que é o mistério sem haver mistério
Que é a contradição misturada com prazer
Que sabe quase tudo sobre o acaso
Que experimenta o futuro, mesmo temendo-o
Que se encomoda com injustiças
Que grita por liberdade
Que enxerga brutalidade
Que lida com fraternidade
Que beija com intensidade
Que toca com realidade
Que desliza a mão com rapidez pelo meu corpo fazendo-o sentir mais vivo
Você? Você é você, desse jeito e dessa maneira
Pra trás ou pra frente, deitado ou em pé, de perto ou de longe..
Sempre incostante..
Sempre mistério..
Agora, e somente a partir de agora..
Você, com essa sua essência..
Que é essencial para o semblante do seu ser ..
Assim tão bom.

"Então me diz qual é a graça, de já saber o fim da estrada, quando de parte rumo ao nada?" Paulinho Moska

De volta..

"Que to de volta pra casa, outra vez"
Interpréte: Lulu Santos

Pensei muito antes de criar um espaço desses mais uma vez, mas na ilusão contraditória dos meus pensamentos, me veio a vontade, que é sempre incostante e que me inunda toda vez que me pego pensando nisso. Me sinto à vontade por aqui, como se aqui fosse minha "casa", e toda vez que eu me sinto pequena em relação ao mundo, aqui é um dos lugares que me sinto mais a vontade pra me manisfestar, por isso me sinto de volta pra casa, outra vez.