domingo, 18 de abril de 2010

A solução é continuar

"Seus conselhos. Mas existe um grande, o maior obstáculo para eu ir adiante: eu mesma. Tenho sido a maior dificuldade no meu caminho. É com enorme esforço que consigo me sobrepor a mim mesmo. [...] Sou um monte intransponível no meu próprio caminho. Mas às vezes por uma palavra tua ou por uma palavra lida, de repente tudo se esclarece"
Clarice Lispector

Viver é mesmo uma incógnita. Começo assim porque essa é a frase que mais tenho pensado e talvez a frase que mais me console nos últimos tempos. Vivo sensações diferentes todos os dias, e quanto mais penso em respostas mais dúvidas vão nascendo.

Acho que a gente realmente espera muita coisa da vida, e que ela (mesmo sem querer) realmente nos decepciona. A cada dia mais vivemos dialetos e temos sempre o embate de nos decidirmos entre o que é fácil e o que é certo. E que no meio das escolhas que fazemos, talvez o nosso maior obstáculo seja nos mesmos. Eu sou meu maior obstáculo. Eu faço com que tudo seja mais complicado, e confesso isso.

O que está por trás de nossas escolhas?

O que está por nós de nossas escolhas somos nós mesmos. São nossos pensamentos, nossos atos, nossa essência. Por trás de cada decisão, há um pensamento, uma preferência, um fato.

E decepção?

Tenho tido pensamentos inconstantes sobre essa palavra. Acho que nos decepcionamos porque criamos expectativas, e esperamos demais de quem não devemos. E é por isso que viver se torna tão complicado. Como administrar doses de sentimentos? De confiança? De consideração? As coisas vão acontecendo, e tem como negar isso?

A resposta é não. Idealizamos o fato de que conhecemos as pessoas, que sabemos o que esperar delas. Ou pior que isso, pensamos as vezes que conseguimos não esperar nada das pessoas, e mentimos para nós mesmos, mesmo sabendo que essa é a pior mentira.

Se há como evitar, eu ainda não sei. Acho que começar a equilibrar fatos é um bom começo, afinal nós somos nossas próprias dificuldades. É difícil se sobrepor, se controlar, controlar o incontrolável. Sentir é indigno em algumas situações. E indigno é pensar pessimistamente. E ser pessimista está muito longe de ser feliz.

Esclarecer?

Acho que isso ainda ta longe, não consigo dominar os porque’s da minha cabeça, e muito menos administra-los ainda. É preciso pensar no futuro, as respostas tem que chegar, e eu mesmo sei que só chegam quando for a hora certa. O maior problema é controlar minha angustia enquanto isso.

E enquanto isso?

Vou escutar e vou sentir. Acho que é isso..

Vou escutar Los Hermanos: “Não te dizer o que eu penso, já é pensar em dizer”
Vou escutar dos meus amigos: “Eu te amo”
Vou escutar da minha mãe: “É muito bom ver você crescer”
Vou escutar das minhas irmãs: “Você faz Biblioteconomia”
Vou escutar do Flavio depois de um belo abraço: “Com você me sinto melhor”
Vou me sentir aliviada jogando Polo Aquático.
Vou escutar do Jailton: “Equilíbrio Libriana”
Vou sentir a presença magnífica da Marcella, e o quanto ela me deixa mais leve com uma só frase: “Você é a melhor amiga do mundo”
Vou rir com a Yasmin sobre as tendências da moda.
Vou sentir saudade infinita do Bernardo. Vou chegar em casa e ver a Kekeka pular em cima de mim como se eu fosse a pessoa mais especial do mundo.
Vou fazer meu spinning de manhã, e depois correr pro banho pra não perder a hora da faculdade.
Vou ler a biografia da Clarice Lispector que ainda não tive tempo de terminar.
Vou curtir as matérias novas na faculdade, viajar pra conhecer pessoas novas.
Vou ir até a cozinha e passar pela sala e escutar do meu pai: “Filha, deita aqui comigo pra ver um filme” e depois ficar muito feliz de tê-lo por perto. Antes de dormir eu vou ouvir minhas playlists do meu Ipod. Vou rever alguns amigos que não vejo a muito tempo: Renata, Daphnne. Vou assistir aula, vou para o estágio, vou rir com o pessoal da minha turma. Vou a boas festas e a ótimos shows.
Vou torcer pelo Fluminense, meu time do coração. Vou viver, pois a melhor solução é sempre continuar.

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