A frase que dá título a esse texto é óbvia, mas milhares de pessoas não a levam a sério e vivem relações absolutamente torturantes sem conseguir rompê-las. Nós humanos em geral, preferimos abrir mão da própria liberdade para sermos amados: deixam de ser quem são, deixam de externar suas opiniões, deixam de agir como sua natureza manda, deixam de ser elas mesmas para não perderem seu amor, perpetuando assim uma relação esgotante e dolorosa. Acreditam que amar é ser vítima, que o flagelo emocional faz parte do romance.
O amor caótico inspira livros, filmes, letras de música e quase sempre possui alta carga de erotismo, o que provoca a fantasia de milhares de casais que se arrastam em seu feijão com arroz conjugal. A princípio, viver um amor explosivo parece uma sorte, e não um castigo, só que depois do princípio vem o durante, e esse durante é que enlaça, prende e machuca. Encerrada a euforia inicial, instala-se a rotina exasperante de uma relação doentia, que passa longe da satisfação. Claro que é preciso o esforço de ambos em busca de um ajuste, mas se depois de todas as tentativas ficar claro que a única forma de continuarem juntos é um dos dois se anular e deixar-se consumir, aí é hora de saltar desse trem em movimento. Não é fácil. Aliás, não é nem difícil, é aterrorizante, pois, não esqueçamos, está-se falando de relações onde ainda existe amor.
Nada disso é poético, apenas realista. Amor e dor rimam em samba-canção, mas aqui fora, na vida que se vive, não precisa ser assim. Amar tem que ser uma prática alegre, construtiva, produtiva. Sem neuras, sem engessamento. Concessões fazem parte dos relacionamentos, mas sacrifícios, quem disse? Há quem tenha sua energia vital sugada por um vampiro que se delicia com a resignação da sua presa. Não é justo. Melhor deixar as ilusões de lado e seguir caminhando. Outro amor pode estar mais adiante, na próxima porta.
"Há quem não veja a onda onde ela está e nada contra o rio, todas as formas de se controlar alguém só trazem um amor vazio, saber amar, é saber deixar alguém te amar"
Será que eu dia eu aprendo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário