"Você é assim. Todos se consideram seus amigos. Mas você não deixa ninguém chegar perto, porque tem medo de se ferir. E o problema é que você realmente gostava dela. Foi a única de quem realmente gostou. E não importa o que ela fizesse, você não baixava a guarda. Pobre garota, nunca teve chance"
(Separados pelo casamento - 2006)
Durante as ultimas semanas, li algumas (várias coisas), escutei algumas músicas (várias músicas), e fiquei tentando buscar explicações sobre tudo que aconteceu. De como as coisas são, de como começar algo errado, só gera tanta confusão, e erro em cima de erro..
Pensei.
Pensei no verão, pensei nas férias, pensei nos sorrisos compartilhados, pensei nos telefonemas, pensei do jeito escondido do começo, pensei nos telefonemas, pensei nas saídas, pensei no "eu te amo" mais dificil de sair da sua boca, e mais dificil ainda de ser interpretado pelos meus ouvidos, pensei nos porres, nos abraços confortantes, pensei nas músicas, nos elogios, nas noites, na viagem, nos 2 andares de escada que nos separava, nos apoios, nos emails, nas longas conversas por madrugada a dentro, nas indiretas, nos porques, nos amigos. Por fim, pensei no fim mediocre de toda uma estória que começou tão boa, ter acabado com tantas mentiras, tantas magooas, e agora tanto desafeto e tanto desapego.
Desde então, li esse trecho em um blog a pouco, e acho que ele é o que mais traduz tudo que eu acho nesse momento. Vi esse filme já algumas vezes, tipo naquele domingo que não tem nada pra fazer, e você passa o dia todo vendo filmes.
Nesse trecho encontro a explicação que procurei durante todos esses meses, hoje entendo que é mais do que não saber o que quer, é mais do ser reservado, é mais do que tantas mentiras, é mais do que indecisão, é "medo de se ferir", que faz com que todo resto vire só consequencia.
Não coloco a culpa em você, coloco em mim (por ser mais fácil assim), mas acho que demorei muito pra entender porque sou completamente o inverso. Eu lanço minha alma no espaço todo tempo, eu arrisco, eu levo as coisas até o final, eu não tenho medo de viver, eu pago pra ver, e eu vou até o fim.
Obviamente isso me trás mais sofrimento, mas me faz mais feliz por muito mais tempo. Ter medo de arriscar é tolo, é infantil, é mentir pra si mesmo o tempo todo.
E eu que por várias vezes achei que o que mais nos unia era a afinidade, era o jeito de pensar, era o jeito de olhar pra vida como um grande desafio, hoje vejo que tudo que você sente é medo.
Medo do novo, medo de esquecer o passado, medo de viver, medo que descubram quem você é de verdade. Não há problema em ter defeitos, há problema em querer esconde-los todo tempo. Não sei de verdade o que sinto ao certo, acho que entro agora na pior fase, a fase do nada. Não sinto nada. Nossas exatidões não funcionam mais numa conta de mais.
Enquanto eu queria o mundo, você só queria fugir do meu mundo, e nunca teve coragem de me dizer isso. Não entendo porque, mas enfim...algumas coisas são mesmo intangiveis. O que importa é que hoje posso afirmar que ainda quero o mundo, que voltei pro meu mundo, e que que estou prestes a vencer essa guerra. Que cada batalha foi de doer os ossos, mas que meu corpo a cada tombo se ergueu como eu jamais esperava conseguir.
Hoje volto a ser aquela mulher sorridente, aquela mulher que se sente bem e não solitária entre seus amigos, aquela mulher romântica, aquela mulher que adora aproveitar tudo que a vida tem de bom para oferece-la, aquela que encantou você, e que tá pronta pra ganhar o mundo dela de volta!
E que pra ganhar meu mundo de volta, eu não necessariamente precisei de outra pessoa pra colocar no lugar do que eu sentia por você, porque pessoas são sim insubistituives. E que nós não podemos escolher como nos sentimos diante das situações impostas pela vida, mas que podemos sempre escolher o que fazer diante de tudo. Aprendi que pra mudar o que sinto, não preciso trocar um alguém por outro, tenho que me trocar primeiro e me refazer.
Enfim....
"Todo carnaval tem seu fim"
Los Hermanos