A história se passa em um cenário que muitos de nós espectadores não consegueriamos enxergar durante muitos anos. Skeeter que é uma filha de uma ricaça da cidade cresce sendo criada por uma empregada negra até a hora de ir para faculdade. O que Skeeter não espera é que na sua volta, Constantine não está mais trabalhando para sua família.
O filme é uma mistura deliciosa de realidade, valores, racismo e principalmente amor. Aquele amor que faz com que as empregadas dessas famílias ricas criem os filhos de suas patroas, dando, na maioria das vezes, amor e atenção para essas crianças. Contanto a história de mulheres que na época não tinham o menor valor dentro da conjuntura dos anos 60.
Mostrando o quanto a sociedade recrimina essas mulheres guerreiras, pois as mesmas criam os filhos das patroas e por consequência acabam não vendo os seus crescerem.
Skeeter consegue que no meio de tanto racismo, e tanta intolerância, uma mulher negra que trabalha para uma família comece a ser entrevistada por ela e conte o que o senso comum não tinha visto ainda. O outro lado. A jornalista recolhe relatos dessas mulheres negras, e pelo que elas passam com suas patroas. E é nesse enredo que o choque de realidade surge, mostrando o quanto ser vitima de preconceito é terrível e que na sociedade do mundo moderno, não deveria mais ter espaço para diferenças, pois são elas que nos completam.
A história nos toca não somente pelo roteiro bem escrito, pela fotografia, pelos atores, mas sim pela realidade. Quantos de nós fomos criados por essas mulheres? Quantos de nós já assistimos maus tratos, preconceito e ficamos calados? Quantos de nós toleramos injustiças?
Injustiça, calados. Duas palavras que deveriam estar bem longe uma da outra e que ainda estão próximas.
Histórias Cruzadas é mais que uma história de negras de um local que se juntaram com uma filha de uma mulher rica para escrever sobre tudo que elas passaram. Histórias cruzadas é a triste realidade pela qual os negros foram obrigados a vivenciar.
É sobretudo uma história de mulheres fortes, uma história de coragem. Sim, coragem.
É admirável a coragem de quem resolve mudar e ser diferente do resto só pelo simples fato de acreditar que aquilo que a sociedade apresenta está errado.
Hoje, achamos utópico o fato de alguém tratar algum negro da forma que o filme apresenta, mas nos anos 60 não. E foi preciso coragem para escrever e chocar toda uma sociedade. Foi preciso tentar, e não parar, foi preciso enfrentar o medo, olhar pra frente, e contar uma história.
História diga-se de passagem de muita superação...
Indico o filme que estreou dia 03 de fevereiro e que duas artistas já concorrem ao oscar deste ano.
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